ROMANCES
Dias na Birmânia (1934) - Nota 3,9 no site Skoob
John Flory não esconde sua impaciência para com a vida de madeireiro na
Birmânia (atual Mianmar) dos anos 1920, quando o remoto país asiático
era uma colônia britânica.No clube de brancos racistas e bêbados que
freqüenta, Flory é considerado um bolchevique por ser amigo dos
“negros”, isto é, os nativos do lugar. “Expressar-se livremente é
impensável”, diz Flory, sobre a miserável existência na colônia.“Você é
livre para virar um bêbado,ocioso, covarde, maledicente, fornicador; mas
não é livre para pensar por si mesmo.” Apesar de não esconder sua
estreita amizade com o médico local,um indiano honesto e dedicado, Flory
demonstra relutância em defendê-lo abertamente, junto aos membros do
clube europeu, contra as calúnias de U Po Kyin, magistrado nativo
corrupto e ambicioso.
A chegada de Elizabeth, uma jovem inglesa
casadoira, faz o calejado administrador enxergar sua única chance de
construir uma vida digna e feliz. Mas o angustiado Flory, um dos mais
complexos e apaixonantes personagens modelados pelo gênio de George
Orwell, parece não ter o poder de mudar o rumo dos acontecimentos.
A Filha do Reverendo (1935) Nota 4,0 Skoob
A Filha do Reverendo conta a história de Dorothy Hare, a filha de um
Pastor, cuja vida é virada de cabeça para baixo quando ela sofre um
ataque de amnésia. É o romance mais experimental de Orwell, com um
capítulo inteiramente escrito em forma dramática, no entanto não ficou
satisfeito com o resultado e deixou instruções para que após a sua morte
o romance não voltasse a ser reimpresso.
A flor da Inglaterra (1936) - Nota 4,2 Skoob
Mesmo não tendo dinheiro, eles viviam mentalmente no mundo do dinheiro - o mundo em que dinheiro é virtude e pobreza é crime.
Londres, 1934. Gordon Comstock declara guerra ao "deus-dinheiro".
Chegando aos trinta anos, maltratado pela pobreza e com aspirações
poéticas muito mais altas que a sua capacidade de realizá-las, ele
desiste de um "bom emprego" em uma agência de publicidade para se tornar
um modesto vendedor de uma pequena livraria. Sempre na míngua de
dinheiro, mas orgulhoso demais para aceitar empréstimos de um amigo
rico, Gordon inicia um declínio rápido e aparentemente sem volta ao
inferno da pobreza extrema e da solidão que ela acarreta. Nos quartos de
pensão esquálidos que habita, bem como por toda parte do
mundinho medíocre da classe média baixa, Gordon topa a todo instante com
uma planta doméstica que ele elege símbolo dessa ordem injusta, vazia e
massacrante: a aspidistra.
Um Pouco de Ar, Por Favor! (1939) - Nota 3,9 Skoob
A 1ª Guerra Mundial, 18 anos como vendedor de seguros de vida e o
casamento com a melancólica Hilda, haviam deixado apenas um sabor de
morte na vida de George Bowling... Tais circunstâncias aliadas ao medo
de uma nova guerra, levaram a sua mente a recuar e a refugiar-se na paz
de sua infância, vivida em uma pequena cidade do interior. Porém, a
viagem de volta levou-o a desiludir-se por completo, pois mais uma vez
chapinhou no lodaçal da rotina, da frustação e da abaladora confusão,
tendo agora - por acréscimo - a sombra ameaçadora de 1984 agigantando-se
à distancia.
A revolução dos Bichos ( 1945) - Nota 4,4 Skoob
Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros.
Verdadeiro clássico moderno, concebido por um dos mais influentes
escritores do século 20, "A Revolução dos Bichos" é uma fábula sobre o
poder. Narra a insurreição dos animais de uma granja contra seus donos.
Progressivamente, porém, a revolução degenera numa tirania ainda mais
opressiva que a dos humanos
Escrita em plena Segunda Guerra Mundial e
publicada em 1945 depois de ter sido rejeitada por várias editoras,
essa pequena narrativa causou desconforto ao satirizar ferozmente a
ditadura stalinista numa época em que os soviéticos ainda eram aliados
do Ocidente na luta contra o eixo nazifascista.
Com o acirramento da Guerra
Fria, as mesmas razões que causaram constrangimento na época de sua
publicação levaram A Revolução Dos Bichos a ser amplamente usada pelo
Ocidente nas décadas seguintes como arma ideológica contra o comunismo. O
próprio Orwell, adepto do socialismo e inimigo de qualquer forma de
manipulação política, sentiu-se incomodado com a utilização de sua
fábula como panfleto.
1984 (1949) - Nota 4,6 Skoob
Guerra é paz
Liberdade é escravidão
Ignorância é força
Winston, herói de 1984, último romance de George Orwell, vive
aprisionado na engrenagem totalitária de uma sociedade completamente
dominada pelo Estado, onde tudo é feito coletivamente, mas cada qual
vive sozinho. Ninguém escapa à vigilância do Grande Irmão, a mais famosa
personificação literária de um poder cínico e cruel ao infinito, além
de vazio de sentido histórico. De fato, a ideologia do Partido dominante
em Oceânia não visa nada de coisa alguma para ninguém, no presente ou
no futuro. O'Brien, hierarca do Partido, é quem explica a Winston que
"só nos interessa o poder em si. Nem riqueza, nem luxo, nem vida longa,
nem felicidade: só o poder pelo poder, poder puro".
Quando foi publicada em 1949, poucos meses antes da morte do autor, essa
assustadora distopia datada de forma arbitrária num futuro
perigosamente próximo logo experimentaria um imenso sucesso de público.
Seus principais ingredientes - um homem sozinho desafiando uma tremenda
ditadura; sexo furtivo e libertador; horrores letais - atraíram leitores
de todas as idades, à esquerda e à direita do espectro político, com
maior ou menor grau de instrução. À parte isso, a escrita translúcida de
George Orwell, os personagens fortes, traçados a carvão por um vigoroso
desenhista de personalidades, a trama seca e crua e o tom de sátira
sombria garantiram a entrada precoce de 1984 no restrito panteão dos grandes clássicos modernos.